Hipertermia: saiba o que é e o que a diferencia da febre

 5 min

Assunto 

  • Febre
Quando pensamos em aumento da temperatura corporal, a febre costuma ser a principal coisa que vem à mente. No entanto, existe um outro fenômeno, chamado hipertermia, que também está relacionado à temperatura do corpo elevada1.

Nunca ouviu falar nesse nome? Fique com a gente até o final do artigo para entender o que é hipertermia, como ela se manifesta, o que a diferencia do clássico quadro de febre e como cuidar dos sintomas que a acompanham.

O que é hipertermia?

A hipertermia é caracterizada pela elevação anormal da temperatura corporal, que ocorre quando geramos ou absorvemos mais calor do que nosso organismo consegue suportar2.  
 
É como se o corpo passasse por um superaquecimento2, igual acontece com máquinas, tipo o computador, sabe? Nesses casos, o termômetro pode chegar a marcar acima de 40ºC, e se a pessoa não receber os devidos cuidados de forma rápida, corre risco de morte1.  
 
Aqui, vale lembrar que hipertermia e hipotermia são cenários completamente opostos2. Na hipotermia, o calor do corpo é perdido mais rapidamente do que é produzido e a temperatura corporal sofre uma redução perigosa. Isso acontece quando se é exposto a temperaturas muito baixas por muito tempo3.  
Já na hipertermia, geralmente há uma falha nos mecanismos de regulação do calor para lidar com ambientes muito quentes4.  
 
Isso acontece quando o corpo esquenta demais e as estratégias usadas para resfriá-lo, como a transpiração, não funcionam. Pode acontecer até quando você está desidratado, por exemplo, e falta água no organismo para produzir suor. Aí, a temperatura começa a subir a ponto de te fazer se sentir mal5
 

O que causa hipertermia?

Para compreender o que causa hipertermia precisamos ver quais são os tipos dessa condição1. Confira abaixo:
 
  • a hipertermia clássica está relacionada à exposição excessiva ao sol e ao calor, principalmente em locais com temperaturas amenas que, de forma repentina, ficam com o clima muito quente1 (por exemplo, ondas de calor vivida em alguns países da Europa nos últimos anos); 
  • a hipertermia induzida por esforço físico é o aumento da temperatura interna pela atividade prolongada da musculatura somada a temperatura ambiente e umidade elevadas6;
  • a hipertermia maligna é o efeito colateral de alguns medicamentos1 (falaremos disso mais a frente).
Homem ao ar livre com fone no ouvido e traje esportivo, suado e com fisionomia de cansaço
Para finalizar esse tópico, a hipertermia pode ser causada por tumores que surgem na região do hipotálamo, localizado no cérebro. A lesão tende a fazer essa estrutura perder a capacidade de regular a temperatura corporal e, assim, acaba contribuindo para quadros de hipertermia quando há exposição a ambientes demasiadamente quentes1.

Quem corre mais risco de ter hipertermia?

A hipertermia clássica é uma complicação que afeta mais crianças — sim, hipertermia infantil é uma realidade! — e idosos1. Esses são grupos (crianças muito pequenas, idosos e pessoas com doenças crônicas) que têm menor capacidade de regular a temperatura corporal, e passar muito calor dentro de um ambiente é o suficiente para incitar esse efeito deletério5
 
Veja outros fatores que aumentam o risco de o corpo esquentar excessivamente: 
 
  • estar desidratado4
  • portar doenças cardíacas, pulmonares e renais, assim como outras condições que causem febre ou fraqueza4
  • ter pressão alta e circulação sanguínea prejudicada4
  • consumir bebidas alcoólicas em excesso4
  • estar substancialmente abaixo ou acima do peso4
  • redução da sudorese por conta do uso de medicações como as diuréticas4
  • alterações na pele relacionadas à idade, como glândulas sudoríparas ineficientes4.

Quais os sintomas da hipertermia?

O aumento drástico da temperatura corporal, que tende a cruzar a linha dos 40ºC, é a principal característica que define o que é hipertermia1,7. E essa alteração estimula alguns sintomas de hipertermia, a exemplo dos que listamos a seguir:
 
  • cãibras1
  • transpiração excessiva1
  • dor de cabeça1
  • tontura1
  • fraqueza1
  • alucinações1;
  • convulsão1
  • queda de pressão1
  • desmaios1
  • respiração curta e acelerada1
  • náuseas e vômitos1
Uma das formas mais graves de hipertermia é a insolação2, condição em que o corpo aquece de forma rápida pela exposição ao sol e ao calor intenso e não consegue se resfriar8.
 
A insolação pode ser fatal e é especialmente perigosa quando a temperatura corporal fica acima dos 41ºC, acarretando prejuízos para o cérebro e outros órgãos2.  

Qual é a diferença entre febre e hipertermia?

É importante entender que, quando temos febre, o organismo aumenta a temperatura de forma “proposital”2 para tentar combater agentes infecciosos (como vírus e bactérias)1,2.
 
Ou seja: a febre funciona, de fato, como um mecanismo de defesa1. É o organismo lutando contra alguma doença ou infecção2.
 
Já na hipertermia, não há infecções envolvidas1. Diante de outros fatores, como exposição exagerada ao calor1, há o aumento de temperatura2. Nesse momento, existe uma dificuldade para “expulsar” o calor de forma natural devido a problemas na regulação da temperatura4, e temos a hipertemia1
Termômetro marcando temperatura de febre alta

Toda hipertermia é maligna?

Não, nem toda hipertermia é maligna. Como vimos, esse é apenas um dos tipos desse problema1. Vamos explicar com mais detalhes o que é hipertermia maligna.   
 
O quadro é classificado dessa forma quando se manifesta após o uso de uma combinação específica de sedativos e anestésicos em certos procedimentos médicos, como uma cirurgia2
 
Nessa doença, a temperatura do corpo aumenta perigosamente durante ou após essa intervenção. Para entender melhor o que é hipertermia maligna, saiba que essa é uma condição herdada geneticamente, cuja reação pode surgir tanto na primeira vez em que a pessoa é exposta a certos medicamentos quanto após várias exposições, o que é mais comum2
 
Por esse motivo, é importante informar o médico e o anestesista sobre qualquer histórico familiar antes de passar um procedimento9.
 
Bem, agora que você já entendeu tudo sobre a hipertermia, inclusive o que é hipertermia maligna, vamos seguir para as formas de cuidar desse tipo de problema…

Qual é o tratamento para hipertermia?

Mesmo que tenha sintomas de hipertermia leves a moderados, é importante que consulte o médico. Normalmente, eles são controlados com repouso em ambientes frescos e bem ventilados, remoção de roupas pesadas e apertadas, consumo para repor a hidratação, aplicação de compressas frias na pele e alongamento dos músculos, quando as cãibras dão as caras2.  
 
Situações mais críticas, como a insolação, exigem atendimento médico imediato. Se possível, até receber o atendimento, é importante resfriar o corpo da pessoa com medidas como banhos gelados e aplicação de bolsas de gelo no pescoço, axila e virilha2
 
Ao chegar no pronto-atendimento, os profissionais podem utilizar fluidos intravenosos resfriados e outras técnicas para recuperar o paciente2
 
Mas, independentemente se o caso for insolação ou não, procure ajuda médica quando houver febre alta, dificuldade para andar, respirar ou falar, suor excessivo, perda de consciência ou confusão mental2
 
Se estivermos falando de uma hipertermia maligna que ocorreu durante procedimentos médicos, há recursos que são utilizados como apoio: administração de medicamentos, hiperventilação com oxigênio e medidas de resfriamento são alguns deles10
 
Todo o cuidado é pouco quando o assunto é hipertermia! Tente se preservar ao máximo dos gatilhos para evitar essa preocupação.  
Confira outros conteúdos de Novalgina: 
 

Agosto/2023. MAT-BR-2306145