10 dúvidas respondidas sobre a Monkeypox (mpox)
Monkeypox (ou mpox), que também já foi chamada de “varíola dos macacos”1, é uma doença viral infecciosa que ganhou os noticiários nos últimos anos por se espalhar por algumas partes do mundo - inclusive no Brasil.1,2
Atualmente, a preferência é se referir à doença apenas como mpox, já que, apesar do nome popular, os macacos não são considerados reservatórios do vírus. Isso quer dizer que o vírus da varíola não vive e nem se multiplica em seus organismos.3
Tire suas dúvidas sobre a mpox abaixo.
Mpox no Brasil
De acordo com dados do Ministério da Saúde publicados pela Agência Brasil em agosto de 2024, entre 2022 e 2024, o país registrou quase 12 mil casos confirmados e 366 casos prováveis de mpox. E, em agosto de 2024, o país teve uma média entre 40 e 50 novas infecções.2
O número atual pode parecer baixo, mas o próprio Ministério da Saúde alerta que ele não deve ser desprezado.2 Por isso, vale se informar e, diante de qualquer sintoma suspeito ou em caso de dúvidas, procurar atendimento médico.
Perguntas e respostas sobre a mpox
Separamos informações relevantes sobre monkeypox, ou apenas mpox, incluindo seus sintomas, tratamento e se há vacina para a doença. Confira a lista com 10 perguntas sobre a mpox respondidas de forma simples e direta*.
1. O que é mpox?
A mpox é uma doença causada pelo vírus monkeypox, do gênero orthopoxvirus, que tem semelhanças com o vírus da varíola. Trata-se de uma doença infecciosa que causou um surto global a partir de 2022 e que continua até hoje, inclusive em alguns países africanos.1
Embora seja relacionada aos macacos por conta de seu nome, os principais candidatos (além dos seres humanos) para serem reservatórios da doença são pequenos roedores (como esquilos, por exemplo) das florestas tropicais da África, principalmente na África Ocidental e Central.3
2. Como se contrai mpox?
Como explica o Ministério da Saúde, a transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato com pessoas infectadas ou a partir de objetos recentemente contaminados.3
Esse contato, como detalha a página especial da Organização Mundial da Saúde (OMS), inclui pele com pele (como toque ou sexo) e boca a boca ou boca com pele (como beijo). Também há riscos quando se está muito próximo de alguém que tem mpox (como falar ou respirar perto um do outro, o que gera partículas respiratórias infecciosas no ar).1
Ainda há chance de se contrair o vírus monkeypox de objetos contaminados, por exemplo, peças de roupa ou roupa de cama. A transmissão também pode ocorrer através de ferimentos com agulhas contaminadas.1
Já a transmissão de mpox de animal para humano pode ocorrer por meio de mordidas ou arranhões, ou durante atividades como caça, captura, cozimento, brincadeiras com carcaças ou ingestão desses animais, ressalta o documento da OMS.1
3. Quem pode contrair mpox?
No Brasil, 91,3% dos infectados são homens, sendo que 70% dos que foram diagnosticados com a doença têm entre 19 e 39 anos. Além disso, 3,7% dos casos foram registrados na faixa etária até 17 anos e apenas 1,1%, entre crianças de até 4 anos.2
Com isso, a idade média definida pelo Ministério da Saúde nos casos de mpox é de 32 anos, com variação entre 27 a 38 anos.2
Mulheres também pode se contaminar, apesar de o número de caso em pessoas do sexo feminino ser 10 vezes menor do que o de homens.2 E aqui há um alerta: durante a gravidez ou no nascimento, o vírus pode ser passado para o bebê. A mpox pode trazer sérias complicações, como aborto, bebê natimorto e outros problemas para mãe e a criança.1
4. Quais são os sintomas da mpox?
Para alguns, o primeiro sintoma da mpox costuma ser a erupção cutânea (feridas na pele). Já outras pessoas podem apresentar, logo no início, febre, dores musculares ou dor de garganta.1
A erupção cutânea da mpox geralmente começa no rosto e se espalha pelo corpo, estendendo-se para as palmas das mãos e solas dos pés. Também pode começar em outras partes do corpo, como os genitais.1
Essas lesões na pele comuns na doença costumam seguir um padrão: começam como uma lesão plana, que se desenvolve em uma bolha cheia de líquido. Tudo isso pode causar coceira ou dor. À medida que a erupção cicatriza, as lesões secam, formam crostas e caem.1
Quem tem mpox ainda pode apresentar:
- dor de cabeça;1
- dor nas costas;1
- baixa energia;1
- gânglios linfáticos inchados.1
Algumas pessoas também apresentam inchaço doloroso no reto (proctite) ou dor e dificuldade para urinar (disúria) ou para engolir.1
Novamente, diante de sintomas suspeitos ou em caso de dúvidas, é essencial buscar atendimento médico.
5. Quanto tempo duram os sintomas da mpox?
Os sintomas de mpox geralmente começam dentro de uma semana após a infecção, porém podem aparecer logo entre o 1º e o 21º dia da exposição do vírus. Eles duram, em média, de duas a quatro semanas (mas podem se estender em pessoas que tenham o sistema imunológico enfraquecido).1
6. Como é feito o diagnóstico da mpox?
Nem sempre é fácil identificar um caso de mpox, pois essa doença viral tem sintomas e características parecidos com várias outras, como varicela, sarampo, infecções bacterianas da pele, sarna, herpes, sífilis e outras infecções sexualmente transmissíveis, além de algumas alergias associadas a medicamentos.1
Entretanto, é possível fazer exames para determinar se realmente é uma contaminação pelo vírus monkeypox. O teste laboratorial indicado é a detecção de DNA viral por reação em cadeia da polimerase (PCR). Nele, partículas são retiradas diretamente da erupção cutânea, mas, na ausência dessas lesões, o teste pode ser feito usando esfregaços da garganta ou do ânus.1
7. Qual o tratamento para mpox?
Não há tratamento específico para mpox. Normalmente, os cuidados médicos são voltados para aliviar os sintomas e prevenir complicações e sequelas.4
Segundo a OMS, determinados medicamentos antivirais já receberam autorização de uso emergencial em alguns países e estão sendo avaliados em ensaios clínicos, mas, até o momento, não há tratamento antiviral eficaz comprovado para doença.1
Lembrando que quem vai indicar o melhor remédio e a conduta adequada diante da mpox é o médico!
8. Existe vacina para mpox?
Sim, existe vacina para mpox. A Organização mundial da Saúde indicou a vacina contra a mpox produzida pela farmacêutica Bavarian Nordic como primeiro imunizante contra a doença que passa a integrar a lista de insumos pré-qualificados da entidade.5
De acordo com a OMS, a vacina pode ser administrada em pessoas com 18 anos ou mais em esquema de duas doses, com intervalo de quatro semanas entre elas. A OMS também recomenda a aplicação de dose única em situações de surto combinado à oferta limitada do imunizante.5
Atualmente, o Ministério da Saúde negocia a compra de 25 mil doses dessa vacina junto com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Desde 2023, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso provisório do imunizante, o Brasil já recebeu cerca de 47 mil doses e aplicou 29 mil.6
9. Como prevenir a mpox?
A melhor maneira de prevenir a mpox é evitar o contato com pessoas infectadas ou objetos contaminados. Além disso, manter a higiene pessoal, especialmente lavando as mãos com frequência, também é fundamental. Indivíduos com suspeita ou confirmação de mpox devem cumprir o isolamento e não compartilhar itens de uso pessoal.4
10. Mpox tem cura?
Sim, a mpox tem cura. Ela é considerada uma doença autolimitada, o que significa que pode sumir muitas vezes sem necessidade de tratamento. Seus sintomas costumam desaparecer espontaneamente em até quatro semanas.7
Ainda assim, procure atendimento médico em caso de sintomas ou qualquer dúvida. No momento, os números da mpox no Brasil podem até ser baixos2, mas ainda se trata de uma doença para a qual tivemos um surto recentemente. É importante manter o alerta.
Antes de ir, veja outros conteúdos do nosso blog:
- Quando é importante se preocupar em baixar a febre
- Dor no corpo e febre: entenda essa relação e como se cuidar
- Mitos e verdades sobre a dipirona: dá sono? Quem pode usar?
*Com informações atualizadas em setembro de 2024.
Setembro/2024. MAT-BR- 2404295
- World Health Organization. Mpox. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/mpox. Acesso em 17 de setembro de 2024.
- Agência Brasil. Brasil tem média de 40 a 50 novos casos de mpox por mês. Disponível em https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-08/brasil-tem-media-de-40-50-novos-casos-de-mpox-por-mes. Acesso em 20 de setembro de 2024.
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mpox - Informações importantes. Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/campanhas/monkeypox. Acesso em 17 de setembro de 2024.
- Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Mpox. Disponível em: https://www.saude.df.gov.br/pt/web/guest/mpox. Acesso em 17 de setembro de 2024.
- Agência Brasil. Organização Mundial da Saúde pré-qualifica primeira vacina contra mpox. Governo Federal Brasileiro. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-09/organizacao-mundial-da-saude-pre-qualifica-primeira-vacina-contra-mpox. Acesso em 17 de setembro de 2024.
- Ministério da Saúde. Vacina nacional contra a Mpox é prioridade da Rede Vírus. Disponível em: https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/noticias/2024/08/vacina-nacional-contra-a-mpox-e-prioridade-da-rede-virus. Acesso em 17 de setembro de 2024.
- Rede D’Or - Hospital São Luiz. Mpox. Disponível em: https://www.rededorsaoluiz.com.br/doencas/mpox. Acesso em 17 de setembro de 2024.