Mitos e verdades sobre a dipirona: dá sono? Quem pode usar?
A dipirona é um medicamento vendido sem prescrição, muito usado por nós, brasileiros, para
combater dores e febre1. Mas será que você sabe exatamente como esse medicamento
funciona para
ajudá-lo (a) a se sentir melhor?
Existem muitos mitos e verdades por trás do uso da dipirona e algumas contraindicações e efeitos
adversos que devem ser levados em consideração na hora de utilizá-la.
Pensando nisso, criamos um guia completo para tirar todas as suas dúvidas no que diz respeito à
dipirona: para que serve? Como ela trabalha dentro do organismo? Dá sono? Derruba a pressão? E
as grávidas, podem usar? Fique com a gente até o final para descobrir essas e outras respostas.
Para que serve a dipirona monoidratada?
Dipirona é um potente analgésico e antipirético1. É o princípio ativo de Novalgina, e
pode ser usada por adultos e crianças, dependendo da versão e da indicação da bula
2-6.
Novalgina, portanto, é um medicamento com efeito analgésico e antitérmico, indicado para
o alívio de dores e da febre1-6. E estudos apontam que
dipirona, o princípio ativo de
Novalgina, também é indicado para o tratamento de sintomas de gripes e
resfriados7.
Entre as opções de Novalgina, há versões para adultos2-5 e aquelas que são
indicadas
tanto para adultos quanto para crianças acima de 3 meses4,5, dependendo da
apresentação
do medicamento. Há ainda uma opção em supositório, indicada para quem tem entre 4 e 14
anos6.
Como a dipirona age no organismo
A dipirona é rapidamente absorvida pelo organismo1. Uma vez dentro do corpo, o medicamento estimula alguns mecanismos que colaboram para a melhora da dor e da febre1-6. Esses são os principais:
- inibição da ciclooxigenase (COX-1, COX-2 ou ambas1-6 e, possivelmente, a COX-3)2-6, que são enzimas com papel fundamental na resposta inflamatória (como febre) e na percepção da dor8;
- dessensibilização de nociceptores periféricos2-6, terminações nervosas sensíveis à dor9;
- inibição da síntese de prostaglandinas no sistema nervoso central1-6, grupo de lipídios envolvidos no processo de febre e conhecidos por aumentar a sensibilidade dos nociceptores, influenciando a percepção da dor10.
Os efeitos da dipirona podem ser esperados entre 30 e 60 minutos após o
seu uso e duram,
em média, quatro horas2-6.
Um estudo publicado no periódico Clinical Pediatrics concluiu que a dipirona foi a
substância que manteve o controle da febre por mais tempo quando
comparada a outros
princípios ativos como paracetamol e ibuprofeno. Participaram do estudo crianças com
febre que tinham entre 6 meses e 6 anos11.
E falando sobre a ação analgésica, outro estudo relata que a dipirona ajuda a amenizar
dores de cabeça, musculares, pós-operatórias e de outras origens1.
Mitos e verdades sobre o uso de dipirona
Agora que você já entendeu o que é dipirona, para que serve o medicamento e como ele
trabalha dentro do organismo para melhorar dores e episódios de febre, é hora de tirar
outras dúvidas sobre a
dipirona.
A seguir, desmistificamos alguns mitos que existem por trás de seu uso e trazemos
algumas verdades sobre o assunto.
1. Dipirona dá sono?
Mito. A dipirona pertence à classe dos analgésicos não-opioides, que
incluem outras
substâncias, como o paracetamol12. Sonolência é o efeito colateral de outro
tipo de
analgésico, os opioides, que são substâncias utilizadas no tratamento de dores agudas,
como a morfina e o tramadol13.
Portanto, o ciclo do sono não é afetado pelo uso de dipirona. Porém, a sonolência pode
se manifestar se houver superdosagem do medicamento (por usar uma quantidade maior do
que a indicada na bula)2-6.
2. Dipirona abaixa a pressão?
Verdade. Mas isso não quer dizer que aconteça com todo mundo. Essa é
uma reação adversa
e isolada que há maior probabilidade de ocorrer quando a dipirona é administrada via
parenteral, ou seja, por injeção2-6.
Por esse motivo, quem tem hipotensão pré-existente (pressão baixa), doença cardíaca
coronariana grave, estenose (estreitamento) dos vasos sanguíneos, está desidratado ou
com instabilidade e insuficiência circulatória do sangue deve ser monitorado de
perto
pelo médico e só tomar dipirona sob sua supervisão2-6.
O mesmo vale para pessoas com febre
muito alta, que podem ter complicações como queda da
pressão arterial. O uso de dipirona deve ser feito com cautela e junto
ao profissional
de saúde2-6.
Nesses cenários, pode ser necessário adotar algumas medidas preventivas, como a
estabilização da circulação, para reduzir o risco da pressão
cair2-6.
3. Dipirona é anti-inflamatório?
Mito. A dipirona é um potente analgésico e antitérmico para ajudar no controle da dor e da febre, respectivamente1-6.
4. Dipirona não pode ser usada durante a gravidez?
Verdade. A dipirona monoidratada atravessa a barreira placentária e, na
ausência de
dados clínicos sobre seu uso na gravidez, não deve ser utilizada nos primeiros
três
meses nem no último trimestre da gestação2-6.
Embora a dipirona seja uma fraca inibidora da síntese de prostaglandinas, a
possibilidade de fechamento prematuro do ducto arterial (vaso que conecta a aorta à
artéria pulmonar) e de complicações perinatais devido ao prejuízo da agregação
plaquetária da mãe e do recém-nascido não pode ser
excluída2-6.
Já no segundo trimestre da gravidez, o uso desse princípio-ativo só deve ocorrer após
cuidadosa avaliação do médico, capaz de ponderar os riscos e benefícios
para cada
gestante2-6.
5. Posso consumir bebidas alcoólicas e tomar dipirona?
Mito. O ideal é não fazer essa combinação, já que o efeito do álcool
pode ser
potencializado14.
Além disso, é importante ressaltar que o etanol é metabolizado no fígado, assim como boa
parte dos medicamentos. Isso significa que consumir bebidas alcoólicas e tomar remédio
ao mesmo tempo pode sobrecarregar o organismo — o que não é nada
benéfico para a sua
saúde14.
E que tal, agora, entender um pouco mais sobre as dosagens de dipirona e conhecer as
diversas apresentações dessa substância?
Dipirona 500mg ou 1g, qual a melhor dosagem?
Como já mencionamos, Novalgina é um medicamento que tem como princípio ativo a dipirona
e está disponível nas concentrações 500mg e 1g, também conhecidas como Novalgina
Comprimidos 500mg2, Novalgina Gotas 500mg/mL5,
Novalgina
Comprimidos
1g2 e Novalgina 1g
Comprimidos Efervescentes Sabor Limão3.
Cada comprimido de dipirona 1g, ou Novalgina 1g, contém 1000mg de dipirona monoidratada.
Há a versão comprimido e a efervescente (solúvel em água)2,3.
Já a dipirona 500mg é encontrada em comprimidos, a Novalgina Comprimidos 500mg, que
contém 500mg de dipirona monoidratada2, ou em gotas, a Novalgina Gotas 500
mg/mL5.
Tanto Novalgina Comprimidos 500mg quanto Novalgina Comprimidos 1g e Novalgina 1g
Comprimidos Efervescentes Sabor Limão são eficazes no controle de dores e febre
(inclusive as causadas por
gripes e resfriados7) para adultos e adolescentes acima de 15
anos, sendo a segunda e terceira opções as mais indicadas para quem precisa
de uma
dosagem maior2,3.
Novalgina Gotas 500 mg/mL traz os mesmos efeitos e é recomendada para os pequenos com
mais de 3 meses5.
Na dúvida, converse com seu médico para entender a sua necessidade.
Crianças podem tomar dipirona?
Sim. Na linha de Novalgina, é possível encontrar versões desenvolvidas para aliviar as dores e a febre dos pequenos com segurança4-6. Veja os detalhes abaixo:
- Novalgina Solução Oral 50mg/mL, com sabor de framboesa, vem com uma seringa para os pais terem maior precisão na hora de dosar o medicamento. O frasco tem 100ml4;
- Dipirona Gotas, ou Novalgina Gotas 500mg/mL, por sua vez, tem o formato de conta-gotas com 10 ou 20 ml5;
- Tanto a dipirona solução oral e quanto a dipirona Gotas podem ser usadas em crianças acima de três meses de idade4,5.
Há, também, outra opção de dipirona recomendada para crianças e adolescentes entre 4 e 14 anos, a partir de 16 kg: Novalgina Supositório 300mg. Esse formato deve ser aplicado por via retal (anal), é ideal para casos em que há dificuldade de engolir comprimidos e líquidos. A caixa conta com cinco supositórios6.
Contraindicações da dipirona
Existem algumas condições em que a dipirona não deve ser usada2-6. Caso se
identifique
com alguma(s) abaixo, converse com seu médico para entender qual é o
medicamento mais
adequado para você.
Não tome dipirona em casos de:
- hipersensibilidade à dipirona ou a qualquer um dos componentes de sua fórmula2-6;
- hipersensibilidade a outras pirazolonas ou a pirazolidinas (como fenazona, propifenazona, isopropilaminofenazona, fenilbutazona e oxifembutazona), principalmente caso já tenha tido agranulocitose (doença aguda do sangue em que há redução ou ausência de leucócitos granulosos) com o uso de alguma dessas substâncias2-6;
- função da medula óssea prejudicada ou doenças do sistema hematopoiético, responsável pela produção de células sanguíneas2-6;
- broncoespasmo, urticária, rinite e angioedema desenvolvidos pelo uso de analgésicos como salicilatos, paracetamol, diclofenaco, ibuprofeno, indometacina e naproxeno2-6;
- porfiria hepática aguda intermitente, uma doença hereditária rara que inclui dores abdominais e sintomas neurológicos2-6;
- deficiência congênita da glicose-6-fosfato-desidrogenase (G6PD), que pode resultar na hemólise (destruição dos glóbulos vermelhos)2-6;
- gravidez e lactação2-6.
Crianças com menos de três meses ou que pesem menos de
5kg não devem usar dipirona2-6.
As lactantes devem evitar amamentar durante e por até 48 horas após o
uso do
medicamento, uma vez que resíduos da substância são excretados no leite
materno2,6.
E para finalizar a lista, é importante deixar claro que pacientes com
insuficiência
renal ou hepática só devem tomar dipirona com orientação do médico de
confiança. Isso
porque a taxa de eliminação do medicamento é reduzida nestes pacientes2-6.
Outros cuidados
A dipirona é uma substância segura, mas além de se atentar às contraindicações, é
essencial seguir as orientações e os alertas da bula do medicamento, como posologia e
possíveis efeitos adversos. Há, por exemplo, a questão da superdosagem
de dipirona2-6.
Quem toma quantidades do medicamento maiores que o indicado corre o risco de ter reações
como náusea, vômito, dor abdominal, deficiência da função renal, vertigem, sonolência,
coma, convulsões, queda da pressão sanguínea, arritmias e coloração avermelhada na
urina2-6.
É importante ressaltar que, sempre que houver qualquer efeito inesperado, é preciso
interromper o uso da dipirona e consultar o médico
imediatamente2-6.
Registrou as principais informações sobre o uso da dipirona? Então você já pode navegar
pelos outros conteúdos que criamos para você cuidar da sua saúde da melhor forma:
- Baixar febre é necessário a partir de qual temperatura?
- Quando os pais devem levar os filhos ao médico?
- Resfriado no trabalho? Saiba como amenizar os sintomas durante o expediente
NOVALGINA® (dipirona monoidratada). Indicação: analgésico e antitérmico. M.S.: 1.8326.0351. O USO DO MEDICAMENTO PODE TRAZER ALGUNS RISCOS. Leia atentamente a bula. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Abril/2023. MAT-BR-2301610.
- Knappmann AL, Melo EB. Qualidade de Medicamentos Isentos de Prescrição: Um Estudo com Marcas de Dipirona Comercializadas em uma Drogaria de Cascavel (PR, Brasil). Ciência & Saúde Coletiva. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/HNPDvRVPgmszCpNChfK9XDR/?lang=pt. Acesso em 31 de março de 2023.
- Bula Novalgina - Comprimidos Simples 500mg/1g. Disponível em: https://www.novalgina.com.br/produtos/adulto/1g-comprimido/bula/. Acesso em 31 de março de 2023.
- Bula Novalgina - Comprimidos Efervescentes 1g. Disponível em: https://www.novalgina.com.br/produtos/adulto/1g-efervescente/bula/. Acesso em 3 de abril de 2023.
- Bula Novalgina - Solução Oral 50mg/mL. Disponível em: https://www.novalgina.com.br/produtos/infantil/solucao-oral/bula/. Acesso em 31 de março de 2023.
- Bula Novalgina - Gotas 500mg/mL. Disponível em: https://www.novalgina.com.br/produtos/infantil/gotas/bula/. Acesso em 3 de abril de 2023.
- Bula Novalgina - Supositório 300mg. Disponível em: https://www.novalgina.com.br/produtos/infantil/supositorio/bula/. Acesso em 3 de abril de 2023.
- Ferreira TR, Lopes LC. Analysis of Analgesic, Antipyretic, and Nonsteroidal Anti-inflammatory Drug Use in Pediatric Prescriptions. Jornal de Pediatria. Disponível em: https://www.scielo.br/j/jped/a/8tJX88QVKJpf46zMVpgBWHB/. Acesso em 5 de abril de 2023.
- Mendes RT, Stanczyk CP, Sordi R et al. Inibição Seletiva da Ciclo-Oxigenase-2: Riscos e Benefícios. Revista Brasileira de Reumatologia. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbr/a/JJPmzqRJ3ykRpfFChScNrTP/?lang=pt. Acesso em 31 de março de 2023.
- Laboratório de Neuroanatomia Funcional da Dor. Dor e Nocicepção. Departamento de Anatomia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. Disponível em: https://land.icb.usp.br/pb/dor-e-nocicepcao/. Acesso em 31 de março de 2023.
- Bonfante HL. AINEs. Departamento de Farmacologia da Universidade Federal de Juiz de Fora. Disponível em: https://www.ufjf.br/farmacologia/files/2012/11/AINES-20131.pdf. Acesso em 31 de março de 2023.
- Wong A, Sibbald A, Ferrero F et al. Antipyretic Effects of Dipyrone Versus Ibuprofen Versus Acetaminophen in Children: Results of a Multinational, Randomized, Modified Double-Blind Study. Clinical Pediatrics. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/000992280104000602. Acesso em 31 de março de 2023.
- Cazacu I, Mogosan C, Loghin F. Safety Issues of Current Analgesics: An Update. Clujul Medical. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4576793/. Acesso em 5 de abril de 2023.
- Gonçalves R, Togeiro SMG. Drug-Induced Sleepiness and Insomnia: An Update. Sleep Science. Disponível em: https://cdn.publisher.gn1.link/sleepscience.org.br/pdf/v6n1a08.pdf. Acesso em 31 de março de 2023.
- Ministério da Saúde. Mistura de Álcool com Remédios Pode Custar Caro à Saúde; Confira os Riscos. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/fevereiro/mistura-de-alcool-com-remedios-pode-custar-caro-a-saude-confira-os-riscos. Acesso em 3 de abril de 2023.