Veja quais são os casos em que os pais devem levar os filhos ao médico

Criança com febre é sempre motivo de preocupação, principalmente para pais e mães. Esse sintoma, muito comum na infância, pode ter diversas causas e, mesmo a febre sendo considerada um alerta do organismo para alguma alteração no corpo1 às vezes é difícil saber em que momento ela se torna perigosa e a criança deve ser levada ao médico. Para tirar essa dúvida, conversamos com a pediatra infectologista Flávia Bello, que esclareceu as principais questões sobre esse sintoma.

A diferença entre febre e estado febril

A dúvida se a criança está apenas “quentinha” ou se está de fato com febre é comum e, nessas horas, medir a temperatura é fundamental. No entanto, o limite de temperatura exato de febre ainda é impreciso1. Não há um consenso entre os médicos e algumas coisas devem ser levadas em consideração, como por exemplo o tipo de termômetro usado (mercúrio, digital, infravermelho) e o local da aferição”, afirma Flávia. “Sabemos que a temperatura medida no ouvido ou por via retal é mais alta do que a axilar, normalmente. Na minha opinião pessoal, considero febre a temperatura axilar a partir de 37.8°C”.

Estado da criança é o fator determinante para consultar o pediatra

Muitas vezes, pais e mães acabam se desesperando na hora da febre e querem levar o filho ao médico ao menor sinal de aumento de temperatura. Em muitos casos, não há essa necessidade1. O fator mais importante para saber se você deve levar seu filho ao médico é como a criança reage. “Não existe uma temperatura mínima ou máxima, o que deve ser levado em consideração é o estado geral da criança nos intervalos afebris (sem febre). Se a criança, quando a febre abaixa, está super ativa, brincando, esperta, não há com o que se preocupar. Mas se está muito prostrada, irritada, ‘caidinha’, na ausência de febre, ela deve ser examinada. Via de regra, até 72 horas de febre é considerado normal se não houver sintomas de alarme e a criança estiver bem”, explica a pediatra.

Quando se trata de bebês muito pequenos, no entanto, é importante aumentar a prudência, já que eles são considerados um grupo de risco1. “Bebês de até 3 meses de idade (principalmente até um mês de vida) devem ser examinados sempre que estiverem com febre, qualquer que seja a temperatura”, complementa a médica.

Cuidados caseiros podem auxiliar quadros brandos de febre

Se seu filho ou filha apresentar febre em casa e ela não apresentar risco, medidas complementares ao antitérmico podem ser empregadas, caso garantam maior conforto para a criança1. “Banho morno, compressas frias e antitérmicos podem ajudar? Sim, ajudam. Depende da criança. Algumas toleram bem mesmo temperaturas mais altas. Mas há aquelas que ficam irritadas, com dor no corpo, perda de apetite. Essas devem ser medicadas. Banho mais fresco (mas nunca frio ou gelado) pode ajudar e compressas frias também, mas nunca com álcool, pelo risco de intoxicação e queimaduras”, conclui Flávia.

Médica entrevistada:

Dra Flávia Bello Infectologista pediátrica
CRM 52-85057-8
Código ZINC: SABR.CDPM.20.06.0776

SABR.CDPM.20.06.0776