Confira a confiabilidade do termômetro digital de testa

Com a pandemia causada pelo novo coronavírus, o termômetro digital de testa passou a ser constantemente utilizado em locais públicos para rastrear indivíduos com febre e, assim, detectar possíveis infectados. Esta medida tem sido adotada porque a temperatura corporal é um indicador da atividade fisiológica e da saúde humana e a febre é um dos principais sintomas da COVID-19.1 2

Usar o termômetro digital de testa é uma medida eficaz?

O termômetro infravermelho, também chamado de termômetro digital de testa, é uma alternativa conveniente, rápida e oferece baixo risco de infecção por não promover contato físico, diferentemente do termômetro de mercúrio1. Segundo Alexandre Kawassaki, Doutor em Pneumologia pela Universidade de São Paulo, o termômetro digital de testa tem uma boa capacidade de medir temperaturas elevadas. Portanto, quando detecta uma temperatura de febre, pode-se confiar.

No entanto, Kawassaki faz algumas ressalvas: “O problema é que a pessoa pode estar com febre, mas a temperatura da pele na hora da medição pode estar mais baixa do que a temperatura real. Isso acontece porque a nossa temperatura externa é diferente da interna. Além do mais, quanto mais longe do centro do corpo (cabeça, tórax e abdome), maior é a variação da temperatura. Por isso, não se deve aferi-la nos membros, mas sim na cabeça”, afirma o médico.

A identificação da temperatura de febre

O termômetro digital de testa capta a radiação térmica emitida por um ponto focalizado, como a testa, e converte essa energia em um sinal elétrico que informa a temperatura corporal3. Contudo, estudos apontam que a temperatura da testa não fornece tamanha precisão sobre a ocorrência da febre quanto a temperatura timpânica (nas orelhas)1. Por isso, a sugestão é que seja adotado o valor de 36ºC para a temperatura corporal1.

“Infelizmente as melhores formas de medição da temperatura são impossíveis de serem implementadas para rastreio populacional e, por isso, a medição na testa pode ajudar a identificar casos suspeitos”, afirma o pneumologista Alexandre.

MAT-BR-2100026