Entenda se todo aumento da temperatura do corpo é febre
Ao sentir o corpo aquecer de forma exagerada, muitas pessoas logo pensam que estão com febre. Afinal, o conhecido sintoma é caracterizado pelo aumento da temperatura do corpo associada a infecções virais ou bacterianas1. Mas, ainda resta uma dúvida: a febre é o único fator que eleva a temperatura do corpo ou existe outro tipo de problema que também gera o mesmo efeito? Todo aumento na temperatura é considerado febre? Confira!
Qual é a temperatura de febre?
Para qualquer indivíduo, a temperatura normal do corpo humano varia entre 36,5ºC e 37ºC. A variação da temperatura ocorre principalmente por mecanismos de feedbacks neurais que podem sofrer influência de diversos fatores, como a prática de atividades físicas, alterações hormonais, temperatura do ambiente, ciclo menstrual nas mulheres e mudanças na alimentação2.
No entanto, a subida da temperatura do corpo pode ser classificada como febre ou hipertermia. A febre, como já citamos, é o aumento da temperatura que ultrapassa a variação diária normal e varia entre 37ºC e 39ºC.2
A hipertermia também eleva a temperatura do corpo, mas difere da febre devido ao desequilíbrio entre a produção e a dissipação do calor. Ou seja, ela surge devido a uma falha nos mecanismos que controlam a temperatura do corpo por causa do calor no ambiente externo, como o uso excessivo de agasalhos e ar-condicionado ligado em alta potência2.
É importante ter muito cuidado com a chamada hipertermia maligna. Nessas situações, a temperatura do corpo ultrapassa os 40ºC e frequentemente é necessário que o indivíduo seja hospitalizado2.
Como combater a febre e a hipertermia?
Por sinal, a febre não é de todo ruim. Existem evidências de que ela estimula as defesas do organismo e que não costuma causar riscos, a não ser em crianças muito debilitadas, cardiopatas ou com insuficiência respiratória1. A recomendação é somente usar medicações antitérmicas para febres acima de 38.2ºC3 Vale ressaltar que o uso de medicamentos sem orientação médica não é recomendado, pois é preciso, antes de tudo, investigar a causa da febre para oferecer o tratamento correto.4
Já a hipertermia, quando maligna, precisa de todos os cuidados necessários. Para diminuir a temperatura do corpo, alguns recursos são utilizados como medidas de apoio para a prevenção de complicações. Entre elas estão o uso de anestésicos, a hiperventilação do paciente com oxigênio, resfriamento do corpo externo e interno e o controle das arritmias cardíacas, o conhecido “choque elétrico” para reanimar o paciente5. Como na maioria dos casos, é aconselhável a procura por um especialista na área.
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- Blank D. Uso de antitérmicos: quando, como e por quê*. Residência Pediátrica. Maio/Agosto 2011;1(2):31-36. Acessado em 05/01/2021
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