Veja aqui formas de medir a temperatura do corpo
A temperatura é o sinal vital verificado com mais frequência pelas equipes de enfermagem1. A regulação térmica do corpo humano é um fenômeno complexo e os métodos mais precisos de aferição de temperatura são exclusivos para profissionais de saúde2. Por outro lado, também é importante saber como medir a temperatura devidamente em casa para monitorar a temperatura de febre. Quer saber mais sobre as principais formas de aferição da temperatura corporal? Confira!
Como medir a temperatura em casa?
O velho conhecido termômetro de mercúrio ficou no passado, assim como a tradição carinhosa porém ineficaz de colocar o dorso da mão na testa2 3. Atualmente, a melhor forma de medir a temperatura em casa é usar equipamentos digitais, que são mais rápidos, seguros e de fácil uso3. As opções mais populares no mercado são os termômetros eletrônicos, o termômetro infravermelho timpânico e o infravermelho sem contato4.
O termômetro infravermelho sem contato se destacaria como uma alternativa rápida e de fácil acesso, entretanto, há discordância sobre sua eficácia entre alguns pesquisadores, causando questionamento sobre sua recomendação de uso. Assim, as duas outras formas são as mais indicadas4.
O termômetro eletrônico está disponível em versões orais, retais e axilares e é o mais parecido com o clássico termômetro de mercúrio. Para a pediatra Roberta Tardin, ''é o aparelho mais prático e o mais comum que temos em casa. Basta ligar e checar se o número zero está aparecendo na tela''. Entre os pontos negativos estão o caráter invasivo e a espera de cerca de três minutos para obtenção da temperatura. Ao usar em mais de uma pessoa, há chance de contaminação cruzada pelo contato direto com a pele.4 Também é importante saber que a axila não reflete a temperatura central corporal e pode mascarar uma temperatura de febre3
Entenda as vantagens do termômetro infravermelho timpânico
Outro aparelho que tem sido amplamente recomendado pela rapidez, conforto e precisão é o termômetro infravermelho timpânico. Mas, é preciso saber que ele também tem suas desvantagens: existe risco de imprecisão devido à cera do ouvido ou por causa da introdução incorreta no canal auditivo. 3 4.
A agilidade do termômetro infravermelho timpânico é um diferencial ao medir a temperatura em crianças, mas o manuseio correto é indispensável. ''É preciso ter cuidado para não machucar o ouvido da criança. É importante inserir com cuidado e estabilizar até que o aparelho demonstre estar funcionando, emitindo um sinal com um bipe. Para utilizá-lo, devemos apontar o aparelho diretamente no canal auditivo, puxando levemente a orelha para trás. A presença de cera no canal auditivo impossibilita uma leitura precisa da radiação infravermelha que sai do tímpano, mas ainda é uma boa opção'', informou a pediatra.
Os métodos usados profissionalmente
Como medir a temperatura em um ambiente clínico é essencial para o acompanhamento e diagnóstico do paciente, os meios mais precisos de aferição são complexos e, por isso, de uso exclusivo para profissionais da saúde1 2.
Em processos cirúrgicos, a temperatura pode ser medida pelo esôfago, pulmão ou pela nasofaringe - a chamada temperatura corporal central. A artéria pulmonar oferece a maior precisão. Porém, tais metodologias são extremamente invasivas e podem gerar riscos aos pacientes, como infecções
Para aferição da temperatura cutânea, o método mais eficiente, com alto nível de precisão e não invasivo é a termometria por imagem infravermelha, que oferece uma representação gráfica de alta resolução e sensibilidade dos padrões térmicos presentes na pele do paciente. A dificuldade dessa opção se dá na necessidade de obtenção dos equipamentos de alta tecnologia e do treinamento adequado para manuseio2.
Com essas dificuldades, o termômetro timpânico infravermelho também é indicado em hospitais por ser uma forma mais simples e confortável de medir a temperatura. Entretanto, a equipe de enfermagem deve estar atenta à informação de que o aparelho aponta temperaturas inferiores à central.1
MAT-BR-2100241
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- Simões, ALB, Martino, MMF. Variabilidade circadiana da temperatura oral, timpânica e axilar em adultos hospitalizados. Rev. esc. enferm. USP. Set 2007; 41(3): 485-491. Acessado em 21/12/2020
- Epifanio, RM, Melo, NS. Termômetro infravermelho sem contato: avaliação, análise de acurácia e segurança do paciente: uma revisão integrativa. Rev. Eletr. Evid & Enferm. 2020; 6(1):1-6. - Acessado em 21/12/2020