Entenda as diferenças entre a febre em adultos e em crianças

A febre é definida como uma elevação da temperatura corporal acima dos valores considerados normais. Muitas vezes, é uma resposta do sistema imunológico a infecções virais ou bacterianas1. Ela costuma acender um sinal de alerta em todos os estágios da vida, mas quando o sintoma surge nos pequenos, os pais tendem a ficar especialmente preocupados2. Existe, afinal, alguma diferença entre febre em adulto e febre em criança? Confira!

A temperatura considerada normal pode variar até 1ºC de pessoa para pessoa3. e um dos principais fatores que influenciam nessa variação é a idade1. Até mesmo em uma só pessoa, a temperatura corporal varia ao longo do dia: é mais alta à tarde e mais baixa de madrugada. Por isso, entre essas oscilações, o mais correto é falar de uma faixa de temperaturas dentro da normalidade1. Mas, em geral, 37ºC é considerada a temperatura normal do ser humano3.

Febre em adulto

Parte da literatura médica acredita que a febre em adulto começa em qualquer temperatura acima dos 37ºC, mas outra parte considera febris apenas os adultos que superam os 38ºC, ou mais precisamente, 38,3ºC3

Os idosos (a partir de 60 anos) tendem a apresentar uma temperatura corporal inferior a dos adultos jovens. É proposta a subtração de 0,15ºC na temperatura basal por década de vida. Ou seja, aos 70 anos, estima-se que a temperatura média seja de 36,5°C. Dessa forma, um adulto pode ter febre mesmo se o termômetro registrou temperaturas inferiores às definidas para jovens adultos4.

É recomendado ter o cuidado especial de medir a temperatura semanal ou mensalmente em idosos, porque o envelhecimento é acompanhado de uma predisposição para síndromes com temperaturas atípicas, como hipotermia e infecções que não têm febre como sintoma4.

Febre em crianças

Uma diferença considerável entre a febre em adulto e a febre em criança é que a temperatura considerada normal em bebês que ainda estão amamentando é naturalmente elevada1. Particularmente em bebês com até três meses de vida, somente as temperaturas acima de 38ºC indicam febre2. Acima desta idade, pode-se considerar febre as temperaturas acima de 37,2ºC1.

Essa diferenciação é importante porque a febre em recém-nascidos é classificada como uma emergência pediátrica que requer investigação obrigatória. A partir do terceiro mês, além da aferição da temperatura, é recomendada uma observação geral do quadro clínic1. Isso acontece porque o sistema imunológico dos bebês é mais frágil, exatamente pelo pouco tempo de vida e exposição a ameaças externas2.

A problemática da preocupação em excesso sobre a febre em crianças

A preocupação e o nervosismo excessivo dos pais ao verem a temperatura da criança subir é chamada de febrefobia. Febre não é uma doença, mas um sintoma. Na maioria das vezes, a febre em crianças tem origem benigna, mas os pais a veem com um temor de uma doença séria2.

Submeter a criança a uma série de exames laboratoriais invasivos dispensáveis por causa da presença da febre pode ser mais maléfico do que benéfico. É papel dos pediatras e dos médicos de emergência saber orientar os pais e diferenciar quadros febris que precisam de maior investigação daqueles que são visivelmente inofensivos2.

MAT-BR-2004608